Segunda edição da Marcha das Vadias causa polêmica em Manaus

02/09/2012 20:01

Participantes com seios à mostra dividiram opiniões no Centro de Manaus.
Este ano, participaram aproximadamente 200 pessoas, incluindo homens.

 

Por Marivaldo Silva // Folhaamazonica.com

 
 
Marcha das Vadias levou aproximadamente 200 pessoas às ruas do Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)
Marcha das Vadias levou aproximadamente 200 pessoas às ruas do Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)

Com aproximadamente 200 pessoas, a segunda edição da 'Marcha das Vadias' realizada na tarde deste sábado (1) dividiu opiniões no Centro de Manaus. A presença de participantes com seios à mostra e gritando frases como "O corpo é da mulher, ela dá para quem quiser" fez com que muitos pedestres reclamassem do protesto durante o trajeto que cruzou três avenidas da cidade.

Organizada pela estudante de Letras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Raissa Floriano, de 19 anos, afirmou que a ideia surgiu com o apoio de mais três amigas, diante da realização da marcha em outras capitais que pede igualdade, segurança e respeito a mulher.

Protestou percorreu principais avenidas do Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)
Protestou percorreu principais avenidas do Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)

Segundo a estudante, os altos índices de violência contra a mulher e o machismo presente em campanhas publicitárias incentivou ainda mais a realização do evento. “A marcha é para que as pessoas, principalmente os homens, entendam que só porque uma mulher usa uma roupa mais ousada ou mais curta, não dá o direito dele achar que pode falar ou pensar que ela está fazendo programa. Ninguém tem o direito de pré-julgar ninguém por causa da roupa. Todas são mães de família e trabalhadoras. Merecem respeito!”.

Protesto divide opiniões

Sem blusas, evento dividiu quem passava pelo Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)
Presença de participantes sem blusas dividiu opiniões de quem passava pelo Centro de Manaus (Foto: Ana Graziela Maia/G1 AM)

Observando a movimentação da marcha, a dona de casa Maria Cecília Oliveira, 36 anos, elogiou a ideia do grupo, porém, criticou a nudez das participantes. “Eu sou uma mulher que me dou ao respeito, gosto da ideia e da luta, mas, dessa maneira, se expondo e gritando ‘que a mulher dá pra quem quiser’, não concordo, pois acredito na feminilidade da mulher. Elas acabam sendo grosseiras e buscando a total falta de respeito do homem. Quem é que respeita mulher assim?”, disse.

De acordo com o empresário, Luciano Almeida Silva, 40 anos, os palavrões utilizados pelas manifestantes faz com que elas não ganhem o respeito. “A marcha aconteceu à luz do dia. Muitas crianças e idosos estão por aqui e as veem perderem o pudor em se despir, falando um bando de palavras de baixo calão. Que tipo de mulher busca igualdade e respeito desse jeito?”, questionou o empresário.