Prefeito descarta aumentar tarifa de ônibus no último mês de mandato em Manaus

07/12/2012 14:21

Superintendência Municipal de Transportes Urbanos aponta que passagem pode subir para R$ 2,91, mas Amazonino Mendes vai deixar decisão para o próximo prefeito.

 Tarifa de ônibus em Manaus custa R$ 2,75.

Manaus - O prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, já decidiu que não vai autorizar aumento na tarifa da passagem de ônibus no último mês de mandato. Amazonino deixa o cargo em janeiro e caberá ao prefeito eleito, Arthur Virgílio Neto, a decisão sobre o custo aos usuários. 

Em entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (7), a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) apontou que o valor poderia ser reajustado para R$ 2,91, mas que o prefeito não iria efetuar a mudança. Segundo o superintendente da SMTU, Wesley Aguiar, o prefeito disse que seria antiético aumentar o preço da tarifa de ônibus no seu último mês de mandato.

"O prefeito foi enfático, e descartou completamente a possibilidade de um reajuste no preço da passagem. Essa decisão ficará para a próxima gestão que assume dia 1º de janeiro de 2013", declarou Wesley.

Durante a coletiva, o superintendente desmentiu a informação de que o preço da passagem aumentaria para R$3,25". Essa informação não tem fundamento, uma equipe técnica da SMTU começou uma análise no dia 18 de novembro para analisar o preço da tarifa, e concluiu que caso houvesse um reajuste seria para R$ 2,91", afirmou.

A análise foi realizada com base numa planilha de custo, onde um dos principais itens para apontar o reajuste da passagem foi o índice de passageiros por quilômetro (IPK), que apontou que em novembro de 2012 houve uma queda de 2,28% no número de passageiros, se comparado a março de 2011. "Se o IPK diminui, a passagem fica mais cara", afirmou.

"A tarifa atual já completou 12 meses, de acordo com o contrato firmado entre o poder público e as concessionárias, já pode ser feita uma revisão da tarifa", explicou Aguiar, falando ainda que com base no contrato o prefeito solicitou que fosse realizado uma análise técnica sobre a viabilidade de um eventual reajuste.

Wesley falou ainda que o valor do custo da passagem sugerido pelos técnicos ao final da pesquisa, contraria o valor solicitado pelos empresários, mas não revelou o valor. " Ontem houve uma reunião com o Sinetram, onde foi repassado o resultado do estudo, e ficou claro que não era o valor desejado por eles, mas aqui nós temos que ter responsabilidade, tanto com as concessionárias quanto com a população''  declarou Aguiar.

Corredores exclusivos

Durante a coletiva, o superintendente da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Wesley Aguiar, disse que, um dos planos para 2013 é a criação de corredores exclusivos para o trafego dos ônibus. " Para a implantação dos corredores exclusivos, não seria necessário nem tantos investimentos, no Rio de Janeiro, por exemplo, a superintendência passou somente uma faixa azul ao longo da via e implantou radares eletrônicos " falou Wesley.

Para o superintendente, enquanto os ônibus continuarem disputando espaço com os veículos particulares ( carros, motocicletas) o trânsito só aumentará, além do tempo de espera nas paradas. " Hoje estamos com uma frota operante de 1.519 ônibus, mas a frequencia com que eles passam, é a grande reclamação da população, devido o tempo de espera " disse.

Transporte executivo

Durante a coletiva, o superintendente da SMTU, Wesley Aguiar, criticou o transporte executivo na cidade. "Pra quem sabe como funciona o transporte executivo no mundo, sabe que aqui eles estão distantes de se enquadrarem nesse definição " repreendeu Aguiar, falando ainda que as empresas de transporte executivo estão querendo fazer transporte em massa, além dos motoristas acharem que estão dirigindo um táxi e pararem em qualquer lugar, desrespeitando assim as leis de trânsito.

"Além deles pararem em qualquer lugar pra deixar ou pegar passageiros, os motoristas não usam fardamento, e em muitos microônibus não existem cobradores, então o próprio motorista recebe a passagem, passa troco, tudo isso atrapalha o andamento do trânsito", criticou o superintendente, falando da necessidade de haver uma reformulação do conceito de executivo.