Poeta e ator radicado no Amazonas lança audiobook de poemas Poemas foram retirados de 'Mundurucânia', de Homero de Miranda Leão. Dori foi escolhido por Homero Neto para interpretar os poemas do avô.
Por Marivaldo Silva /Folhaamazonica.com
O ator e poeta radicado em Manaus (AM), Dori Carvalho, de 56 anos, acaba de lançar um CD com interpretações dos poemas de Homero de Miranda Leão, poeta e político amazonense, falecido em 1987. O CD contém quarenta poemas retirados do livro ‘Mundurucânia’, obra publicada em 1976.
“Miranda Leão Neto me procurou logo no início deste ano para que eu gravasse os poemas de seu avô”, afirmou Dori Carvalho.
Sobre o processo, Dori Carvalho, que já havia realizado trabalho semelhante com outros artistas regionais na obra de áudio ‘Amazonas, poesia e sentimentos’, diz que levou meses para finalizar o disco. “Levei meses lendo e relendo a obra ‘Mundurucânia’, escolhendo os poemas mais significativos, ensaiando em casa, para, finalmente, ir a um estúdio e gravar o material”, explicou o artista.
Autor de outros dois livros de poemas publicados, ‘Desencontro das águas’ e ‘Paixão e fúria’, Dori fala sobre o que sentiu pelo convite. “Senti-me extremamente honrado ao receber o convite do neto de Miranda, não nos conhecíamos pessoalmente, por isso a surpresa foi ainda maior. Mas quando se tratando de um poeta da magnitude de Miranda Leão, não podemos recusar o convite”, disse o poeta.
A respeito da comercialização da obra, Dori afirmou que não pretende comercializá-la. “Quando pensamos no projeto, não imaginávamos que a qualidade do produto seria tão superior quanto o obtido. Mas, ainda assim, não pretendemos comercializar o CD”. Segundo Dori Carvalho, o audiobook será distribuído pessoalmente e por Homero Neto, como forma de presentear os amigos e admiradores do poeta já morto.
Homero de Miranda Leão | Avô
“Louvo-te, minha terra, nestes versos, por onde, entre emoções, andam dispersos meus sentimentos... Estes versos são Alguma coisa de teu solo. O traço que junta, pelo tempo e pelo espaço, o meu ao teu vibrante coração.”
Nascido em Maués – Amazonas, em 01 de janeiro de 1913, filho de Manuel José de Miranda Leão e Eponina Martins de Miranda Leão, casou-se com a Sra. Letícia Faraco de Miranda Leão com quem teve seis filhos. Exemplo para todos aqueles que com ele conviveram, Homero deixou um legado cultural, político e humano de dimensões imensuráveis. Faleceu em 08 de agosto de 1987, aos 74 anos. Membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Amazonense de Letras – Publicou em duas edições o livro de Poemas intitulado “MUNDURUCÂNIA”.
Exerceu o magistério de ensino de língua portuguesa no Município de Maués, onde se notabilizou como exímio conhecedor da língua pátria. Foi condecorado por diversas ordens de grande importância, destacando-se a do Ipiranga do governo de São Paulo entre outras. Muito cedo, o jovem poeta, despontou como grande líder de seu povo. Sempre convocado para recepcionar as autoridades públicas em visita a Maués, tendo arrebatado multidões encantadas com o verbo e a poesia do grande líder.
Em 1938 – foi nomeado Prefeito de Urucará.
Em 1940 – foi nomeado Prefeito de Manacapuru.
Em 1942 – nomeado Prefeito de Manicoré.
Em 1942 foi nomeado Inspetor de Rendas Municipais, função na qual se aposentou, em 1970.
Em 1947, com a volta do País à normalidade, foi Deputado à Assembléia Constituinte do Estado, pela Antiga U.D.N., tendo feito parte da Comissão Especial que elaborou a Constituição do Amazonas. Reeleito na legislatura seguinte renunciou à função para postular o cargo de Prefeito de Maués, onde não teve concorrente. Pleiteando novamente a Assembléia Legislativa, ficou na segunda suplência, tendo sido convocado, várias vezes, para o exercício do mandato.
Em 1955 voltou a concorrer a uma cadeira na Assembléia, obtendo a 1ª suplência, concluindo, porém, o mandato como titular.
Em 1963 foi Eleito Deputado Estadual pela legenda do P.S.D. e, com o advento da Revolução de 31 de março de 1964, eleito Governador do Amazonas, o Professor Arthur Cezar Ferreira Reis, este o escolheu, após alguns meses de governo, seu líder na Assembléia Legislativa do Estado.
Em 1967 foi reconduzido à Assembléia Legislativa, escolhido líder do governo Danilo Duarte de Mattos Areosa.
Em 1970, como presidente do Poder Legislativo, que foi por dois mandatos, assumiu várias vezes o Governo do Estado. Interrompeu sua carreira política, de 1971 a 1974, quando voltou a pleitear nas eleições de 15 de novembro, uma cadeira de Deputado, sendo eleito com expressiva maioria de votos. Desde o início do governo Henoch Reis, a 15 de março de 1975, exerceu as funções de líder do Governo, na Assembléia Legislativa do Estado.
Em 1967 foi eleito Deputado Estadual pela oitava legislatura, até 1979.
De 1979 foi eleito Deputado Estadual pela Nona Legislatura, até 1982.
Em 1982, foi reeleito pela Décima Legislatura Deputado Estadual até 1986.