Poeta e ator radicado no Amazonas lança audiobook de poemas Poemas foram retirados de 'Mundurucânia', de Homero de Miranda Leão. Dori foi escolhido por Homero Neto para interpretar os poemas do avô.

14/07/2012 13:47

 

Por Marivaldo Silva /Folhaamazonica.com

 

O ator e poeta radicado em Manaus (AM), Dori Carvalho, de 56 anos, acaba de lançar um CD com interpretações dos poemas de Homero de Miranda Leão, poeta e político amazonense, falecido em 1987. O CD contém quarenta poemas retirados do livro ‘Mundurucânia’, obra publicada em 1976.

“Miranda Leão Neto me procurou logo no início deste ano para que eu gravasse os poemas de seu avô”, afirmou Dori Carvalho.

Sobre o processo, Dori Carvalho, que já havia realizado trabalho semelhante com outros artistas regionais na obra de áudio ‘Amazonas, poesia e sentimentos’, diz que levou meses para finalizar o disco. “Levei meses lendo e relendo a obra ‘Mundurucânia’, escolhendo os poemas mais significativos, ensaiando em casa, para, finalmente, ir a um estúdio e gravar o material”, explicou o artista.

Autor de outros dois livros de poemas publicados, ‘Desencontro das águas’ e ‘Paixão e fúria’, Dori fala sobre o que sentiu pelo convite. “Senti-me extremamente honrado ao receber o convite do neto de Miranda, não nos conhecíamos pessoalmente, por isso a surpresa foi ainda maior. Mas quando se tratando de um poeta da magnitude de Miranda Leão, não podemos recusar o convite”, disse o poeta.

A respeito da comercialização da obra, Dori afirmou que não pretende comercializá-la. “Quando pensamos no projeto, não imaginávamos que a qualidade do produto seria tão superior quanto o obtido. Mas, ainda assim, não pretendemos comercializar o CD”. Segundo Dori Carvalho, o audiobook será distribuído pessoalmente e por Homero Neto, como forma de presentear os amigos e admiradores do poeta já morto.

Homero de Miranda Leão | Avô

 

Homero de Miranda LeãoHomero de Miranda Leão

“Lo­uvo-te, min­ha ter­ra, nes­tes ver­sos, por on­de, ent­re emoções, an­dam dis­persos me­us sen­ti­men­tos... Es­tes ver­sos são Al­gu­ma co­isa de teu so­lo. O traço que jun­ta, pe­lo tem­po e pe­lo es­paço, o meu ao teu vib­rante co­ração.”

Nas­ci­do em Maués – Ama­zonas, em 01 de ja­ne­iro de 1913, fil­ho de Ma­nu­el José de Mi­ran­da Leão e Epo­nina Mar­tins de Mi­ran­da Leão, ca­sou-se com a Sra. Letícia Fa­raco de Mi­ran­da Leão com qu­em te­ve se­is fil­hos. Exemp­lo pa­ra to­dos aque­les que com ele con­vi­veram, Ho­mero de­ixou um le­gado cul­tu­ral, políti­co e hu­mano de di­mensões imen­suráve­is. Fa­leceu em 08 de agos­to de 1987, aos 74 anos. Memb­ro da União Bra­sile­ira de Esc­ri­tores e da Aca­demia Ama­zonen­se de Let­ras – Pub­li­cou em du­as edições o liv­ro de Po­emas in­ti­tula­do “MUN­DU­RUCÂNIA”.

Exer­ceu o ma­gistério de en­si­no de língua por­tu­gu­esa no Mu­nicípio de Maués, on­de se no­tabi­lizou co­mo exímio con­he­cedor da língua pátria. Foi con­de­cora­do por di­ver­sas or­dens de gran­de im­portância, des­ta­can­do-se a do Ipi­ran­ga do go­ver­no de São Pa­ulo ent­re out­ras. Mu­ito ce­do, o jo­vem po­eta, des­pontou co­mo gran­de líder de seu po­vo. Semp­re con­vo­cado pa­ra re­cep­ci­onar as auto­rida­des públi­cas em vi­sita a Maués, ten­do ar­re­bata­do mul­tidões en­canta­das com o ver­bo e a po­esia do gran­de líder.

Em 1938 – foi no­me­ado Pre­fe­ito de Uru­cará.
Em 1940 – foi no­me­ado Pre­fe­ito de Ma­naca­puru.
Em 1942 – no­me­ado Pre­fe­ito de Ma­nicoré.
Em 1942 foi no­me­ado Ins­pe­tor de Ren­das Mu­nici­pa­is, função na qu­al se apo­sen­tou, em 1970.
Em 1947, com a vol­ta do País à nor­ma­lida­de, foi De­puta­do à As­sembléia Cons­ti­tu­in­te do Es­ta­do, pe­la An­ti­ga U.D.N., ten­do fe­ito par­te da Co­missão Es­pe­ci­al que ela­borou a Cons­ti­tuição do Ama­zonas. Re­eleito na le­gis­la­tura se­gu­in­te re­nun­ci­ou à função pa­ra pos­tu­lar o car­go de Pre­fe­ito de Maués, on­de não te­ve con­corren­te. Ple­itean­do no­vamen­te a As­sembléia Le­gis­la­tiva, fi­cou na se­gun­da suplência, ten­do si­do con­vo­cado, vári­as ve­zes, pa­ra o exercício do man­da­to.
Em 1955 vol­tou a con­correr a uma ca­de­ira na As­sembléia, ob­tendo a 1ª suplência, conc­lu­in­do, porém, o man­da­to co­mo ti­tular.
Em 1963 foi Ele­ito De­puta­do Es­ta­du­al pe­la le­gen­da do P.S.D. e, com o ad­vento da Re­volução de 31 de março de 1964, ele­ito Go­ver­na­dor do Ama­zonas, o Pro­fes­sor Art­hur Ce­zar Fer­re­ira Re­is, es­te o es­colheu, após al­guns me­ses de go­ver­no, seu líder na As­sembléia Le­gis­la­tiva do Es­ta­do.
Em 1967 foi re­con­du­zido à As­sembléia Le­gis­la­tiva, es­colhi­do líder do go­ver­no Da­nilo Du­ar­te de Mat­tos Are­osa.
Em 1970, co­mo pre­siden­te do Po­der Le­gis­la­tivo, que foi por do­is man­da­tos, as­su­miu vári­as ve­zes o Go­ver­no do Es­ta­do. In­terrom­peu sua car­re­ira políti­ca, de 1971 a 1974, qu­an­do vol­tou a ple­itear nas eleições de 15 de no­vemb­ro, uma ca­de­ira de De­puta­do, sen­do ele­ito com exp­res­si­va ma­ioria de vo­tos. Des­de o início do go­ver­no He­noch Re­is, a 15 de março de 1975, exer­ceu as funções de líder do Go­ver­no, na As­sembléia Le­gis­la­tiva do Es­ta­do.
Em 1967 foi ele­ito De­puta­do Es­ta­du­al pe­la oita­va le­gis­la­tura, até 1979.
De 1979 foi ele­ito De­puta­do Es­ta­du­al pe­la No­na Le­gis­la­tura, até 1982.
Em 1982, foi re­eleito pe­la Déci­ma Le­gis­la­tura De­puta­do Es­ta­du­al até 1986.