Novo deslizamento de terra no Porto Chibatão em Manaus

20/10/2012 16:26

Uma área do Porto Chibatão desabou na madrugada deste sábado (20), sem o registro de feridos.

 

Por Marivaldo Silva //Folhaamazonica.com

 Em 2011, outra parte da obra desabou, meses depois da interdição pedida pelo Ministério Público Federal.

Manaus - Uma área do Porto Chibatão desabou por volta das duas horas da madrugada deste sábado (20). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Porto, que disse se tratar de uma área de compactação de obras.

Segundo a assessoria, não houve feridos, já que o local não tinha movimentação de cargas durante a madrugada. No área, já houve três grandes desmoronamentos nos últimos dois anos, ocasionando duas mortes e prejuízos de mais de R$ 46 milhões.

Um funcionário, que pediu para não ter o nome revelado, disse que o pátio 5 do Porto desabou por conta de  reparos que a empresa fazia no local. “Era uma área em construção”, disse. Ele conta que estava no trabalho, quando viu os funcionários correndo. Segundo o funcionário, o cenário era de bastante entulho acumulado. “Tinha muito maquinário, casinha onde poderia ter um funcionário, tudo destruído”, disse.

Acomodação de terra

Em comunicado oficial, a diretoria do Porto afirmou que neste sábado houve uma acomodação de terra na área da Frigomasa, que pertence ao grupo, mas não faz parte da área de atuação do mesmo.

Ainda de acordo com o texto, o processo de acomodação é considerado normal, uma vez que o local está em obras. O Chibatão está utilizando uma tecnologia de injeção de jetground com cimento puro e geoground que é barro, cimento e areia, ocorrendo expulsão da camada de lama do solo.

A intervenção não impacta na operação do Porto Chibatão.

Histórico de problemas

Em 17 de outubro de 2010, um aterro feito sem licenças dos órgãos ambientais, com o objetivo de aumentar a área de armazenamento de contêineres, resultou em um deslizamento de terra que matou dois funcionários da empresa e deixou mais de R$ 46,2 milhões em prejuízos por conta da perda de mercadorias e insumos destinados ao comércio. O acidente foi um dos maiores registrados na área da orla de Manaus e teve repercussão internacional

No dia 20 de março deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil contra o Porto Chibatão para apurar denúncias de que um novo aterro está sendo construído de forma irregular sobre o Rio Negro.

De acordo com o MPF, as novas denúncias partem de fotografias que mostram que um novo aterro estava sendo erguido no Rio Negro para ampliar o pátio de armazenamento de contêineres, com “obras de terraplenagem e ‘enrocamento’, invadindo o rio federal, modificando o estado dos taludes e praias naturais, e alterando hidrologicamente os terrenos adjacentes”, diz um trecho da portaria do MPF.