Aproximadamente sete casas foram destruídas em um incêndio, na noite desta quarta-feira (8), na Vila Jorgete, localizada na Rua Lauro Cavalcante, Centro de Manaus. Moradores suspeitam que um curto-circuito em uma residência onde funcionava uma fábrica clandestina de salgados tenha causado o fogo.
O incêndio começou por volta das 20h30. Seis viaturas do Corpo de Bombeiros, com total de 24 mil litros de água, estão no local trabalhando para conter as chamas. Segundo o major Farias, ninguém ficou ferido. "As casas eram mescladas de alvenaria e madeira, por isso o fogo pegou muito rápido. Apesar de não ter vítimas, as casas atingidas tiveram perda total", relatou.
De acordo com o morador da vila Ailton Tupinambá, de 26 anos, muitas pessoas estavam no local na hora que o fogo teve início. "Os vizinhos começaram a arrombar as casas para salvar suas famílias. Já tinha muita gente dormindo. Perdemos tudo. Moro com minha mãe, tio e sobrinhos, somos 12 em casa, e agora só temos a roupa do corpo", contou.
Claudete de Souza, de 50 anos, que mora na vila há seis anos com nove familiares, só conseguiu salvar a imagem de uma santa. "Estávamos na sala de casa e a tomada começou a pegar fogo. Só consegui pegar minha santa e quando saímos a casa já estava toda tomada pelo fogo. Perdemos tudo", chorava, agarrada à imagem.
O arquiteto José Asclepiades, que mora em uma casa vizinha à vila, contou ao G1 que o fogo se alastrou muito rápido. "Foram cerca de 15 minutos para o incêndio atingir todas as casas. As residências são muito próximas e os telhados de todas têm cobertura de cimento de amianto, que ajuda a alastrar o fogo. Além disso, todas estão com botijas de gás que podem explodir", disse.
O assistente técnico da Defesa Civil, Cristiano Lira, informou que engenheiros do órgão estão avaliando o local e deverão cadastrar as famílias para a assistência social. Todas as 15 casas da vila estão interditadas. Segundo o diretor do Departamento de Operação da Defesa Civil do município, engenheiro Cláudio Belém, o órgão entregará em sete dias um laudo de risco de desabamento das casas da vila. As residências eram centenárias.
O capitão do Corpo de Bombeiros que comandou a operação, Helliton Silva, afirmou que o incêndio foi considerado de grande porte. "Havia muitos produtos inflamáveis nas casas, por isso o fogo se alastrou muito. Por sorte chegamos aqui em cinco minutos. Se demorasse mais, o estrago seria muito maior: o incêndio poderia atingir as casas da redondeza e o Colégio Santa Dorotéia, que é vizinho à vila", explicou.
A Polícia Civil do Amazonas irá apurar as causas do incêndio. As investigações deverão ser iniciadas em dois dias.
