Grupo de motociclistas transforma Ponte Rio Negro em pista de corrida "Que absurdooooo"

A Ponte Rio Negro virou pista de corrida para motoqueiros que  abusam da velocidade em motos com capacidade para atingir até 350 quilômetros por hora.  Durante a noite e madrugada, os pilotos desrespeitam os limites de velocidade, colocando em  riscos outros motoristas e pessoas que usam a ponte como local de lazer.

Na noite de quarta-feira, 23, às 23h45, cerca de 30 motociclistas cruzando a Ponte Rio Negro, em alta velocidade, em direção ao município de Iranduba.  Meia hora depois, o mesmo grupo retornou à ponte em direção a Manaus, ainda em alta velocidade, ignorando as placas que indicam o limite de velocidade de 60 quilômetros por hora na via.

No momento em que o grupo cruzou a ponte, não havia barreiras de fiscalização da Companhia Interativa de Trânsito (Ciatran) em Manaus e no lado de Iranduba. Cinco minutos após a primeira passagem do grupo, uma viatura da Companhia Interativa de Trânsito fez o mesmo trajeto.

Segundo o comerciante Ademir Lima, 28, que costuma trafegar pela Ponte Rio Negro, o grupo de motociclista costuma passar pelo local geralmente às quartas-feiras. “Isto é muito perigoso, se houver algum acidente vai ser grave por causa da velocidade em que eles pilotam”, salientou.

De acordo com o coordenador-geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ruy Abrahim, há uma relação direta entre o aumento de motocicletas nas ruas da cidade e o crescimento de pessoas acidentadas com lesões mais graves. “Em 70% dos acidentes de trânsito na cidade há o envolvimento de motocicletas e a imprudência é o principal motivo dos acidentes”, informou.

Em três anos, o número de motocicletas em Manaus cresceu 44% segundo dados do Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). Em março de 2009 as motos na capital somavam 80 mil, número que saltou para 117 mil unidades em março deste ano, 21% da frota de veículos no Estado.

O presidente do moto clube Guerreiros Manaus, advogado Ricardo Almeida, afirmou reprovar a atitude dos motociclistas flagrados na quarta-feira trafegando em alta velocidade na Ponte Rio Negro. “Este estilo de motocicleta e comportamento em trafegar em alta velocidade é muito diferente dos membros dos moto clubes oficiais de Manaus. Nós não compactuamos com este tipo de atitude porque não vale a pena você arriscar a vida correndo desta maneira”, disse.

Após obter mais informações sobre as motocicletas que trafegavam na ponte, Almeida avaliou se tratar de moto do estilo “Street Bike”. “Estas motos são propícias à corrida, os pilotos adotam uma postura mais deitada e tem menos atrito com o vento. Mas, a alta velocidade é um convite a graves acidentes. Uma vez ou outra, os usuários destas motocicletas se envolvem em acidentes fatais. Estas motos atingem velocidade a mais de 200 quilômetros por hora”, reiterou.

Durante a  tarde e início da noite desta quinta-feira, a reportagem tentou ouvir a diretora-presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Mônica Melo, mas os telefone estavam fora de área. A assessoria do órgão informou que ela tinha reuniões agendadas durante este período.

A reportagem também tentou ouvir o comandante da Companhia Interativa de Trânsito (Ciatran), major Auzier Bezerra, mas ele informou que não poderia falar porque estava em um evento oficial da Polícia Militar.

A Agência de Comunicação do Estado do Amazonas (Agecom) informou que apenas Mônica Melo e Auzier Bezerra estão autorizados a  falar a respeito do tráfego de veículos na Ponte Rio Negro.