G1 lista obras que devem ser desafios para futuros governantes, no AM

Manaus ainda enfrenta problemas que vão da mobilidade urbana à poluição.
Estádio que vai servir como cenário para Copa 2014 está 45% concluído.

Manaus chega aos 343 anos de existência com problemas graves a serem resolvidos. Subsede da Copa do Mundo de 2014, a capital amazonense enfrenta problemas que vão desde a mobilidade urbana à poluição dos igarapés, passando por obras que parecem não chegar ao fim.

A reportagem  listou oito desafios que a cidade vai precisar solucionar nos próximos anos. Confira:

Arena da Amazônia
O estádio que vai servir como cenário para os jogos da Copa de Mundo de 2014 está 45% concluído, segundo informações da Unidade Gestora da Copa no Amazonas. Previsto inicialmente para ser entregue em julho de 2013, as obras atrasaram e estão previstas para serem finalizadas em dezembro do ano que vem.

O motivo para o adiamento, de acordo com a UGP-Copa, foi devido à suspensão de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre abril e agosto deste ano, por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou sobrepreço de R$ 86,5 milhões.

Porém, na última segunda-feira (22), o BNDES liberou R$ 37 milhões para o Governo do Amazonas, primeira parcela a aprovação do projeto executivo da Arena, orçado em R$ 550 milhões e aprovado pelo Pleno do Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 17 de agosto. O BNDES não repassava parcela para a construção do estádio desde dezembro de 2011.

Após o término das obras, o desafio será fazer o estádio se tornar viável, já que o Amazonas não possui atualmente nenhum time nas primeiras três divisões do Campeonato Brasileiro, nem está na rota dos principais shows internacionais que vem ao Brasil.

Regulamentação dos mototaxistas
O dilema sobre uma solução definitiva sobre a categoria dos mototaxistas continua em Manaus. Apesar do reconhecimento obtido pela categoria na Câmara Municipal de Manaus (CMM) em maio de 2011, quando uma emenda à lei orgânica do município autorizou a profissão na cidade, os profissionais esperam um posicionamento da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) para definir normas para a categoria.

Com isso, a atividade segue sendo realizada sem definições exatas, permitindo abusos e ilegalidades no serviço, como o ocorrido em abril deste ano, quando, durante a paralisação dos rodoviários, passageiros reclamavam que alguns mototaxista cobravam R$ 50 por corridas curtas.

Segundo a SMTU, ainda não há previsão para que a legalização dos profissionais seja feita.

Limpeza pública
Os números da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) sobre a quantidade de lixo retirado dos igarapés da cidade de Manaus mostram a gravidade do problema: são 17 toneladas de resíduos retirados pelos servidores do órgão a cada dia útil. Em 2012, quase 4.777 toneladas de lixo saíram desses afluentes da cidade.

Entre o material tirado dos igarapés de Manaus, estão capacetes de motociclistas, geladeiras, máquinas de lavar, colchões e sofás, como foi registrado pela secretaria no dia 24 de agosto no Parque do Mindu, Parque Dez, Zona Centro-Sul de Manaus.

O problema, segundo o biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Jansen Zuanon, pode ser ainda mais grave, já que a poluição nos igarapés da capital amazonense pode ocasionar a extinção de peixes que viviam neste hábitat.

Abastecimento de água
O serviço de distribuição de água em Manaus foi um dos principais temas da campanha política deste ano entre os candidatos à prefeitura da cidade, e é um dos alvos de protestos na Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas (Arsam).

Segundo estatísticas do órgão, somente neste ano, foram registradas 1.300 reclamações, sendo que 31 delas resultaram em notificações e quatro advertências feitas a Manaus Ambiental, concessionária do serviço na cidade. A empresa, aliás, tem sido alvo tanto de Artur Neto quanto Vanessa Grazziotin, postulantes ao cargo de prefeito da capital amazonense a partir de 2012. Ambos ameaçam romper o contrato com a concessionária, caso o abastecimento de água não seja normalizado.

Realizada para investigar as irregularidades do serviço em Manaus, a CPI da Água na Câmara da Municipal continua sem a votação do relatório final, inicialmente marcada para 17 de agosto, porém adiada sete vezes.

BRT
O Bus Rapid Transit (BRT), novo modelo de transporte coletivo que segue o projeto de mobilidade urbana de Manaus, foi licitada e, segundo a Secretaria Municipal de Infraestruturura (Seminf), o que dependia da Prefeitura de Manaus para regularização da obra já foi feito. O próximo passo é a assinatura do convênio com a Caixa Econômica Federal.

De acordo com a Seminf, a documentação para essa assinatura já foi encaminhada há mais de um mês para o Governo do Amazonas que é o cofinanciador da operação de crédito para essa obra junto à CEF. A partir da assinatura, a prefeitura deve emitir a ordem de serviço de construção em nome do consórcio Construbase S.A. Paulista, que venceu a licitação para executar a obra.

Com a emissão da ordem, a empresa deve iniciar a obra e tem o prazo de 24 meses para a construção do anel viário Zona Leste - Centro do BRT. O novo modelo de transporte custará R$ 290.667.405,54.

Biblioteca Pública do Estado do Amazonas
As obras de restauro e reforma da Biblioteca Pública do Estado iniciaram há cinco anos. O prédio deveria ter sido entregue em novembro de 2011, mas teve a inauguração adiada devido a danos ao telhado.

Usuários chegaram a protestar pela abertura da biblioteca e recolheram mais de três mil assinaturas solicitando a reabertura neste ano.

Apesar dos apelos, a Biblioteca Pública do Estado do Amazonas depende da agenda do governador para ser inaugurada, de acordo com informações da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra). A titular da pasta, Waldívia Alencar, informou que a conclusão da obra foi realizada no dia 15 de outubro.

Entre os reparos, estão a colocação de um telhado novo com telhas de tipologia da época, compra de gerador e adequação do elevador para o transporte de pessoas com necessidades especiais.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa
A reforma do Mercado Municipal Adolpho Lisboa já dura seis anos. Com o início das obras, os comerciantes foram deslocados para um espaço atrás do mercado, o que prejudicou a vendas dos comerciantes que chegaram até a realizar um abraço simbólico para pedir o término das obras.

Segundo a Seminf, a obra está em parada técnica e não há data para retorno da empresa ao campo de trabalho. 65% da obra foi concluída e cinco pavilhões estão em fase de acabamento.

No Pavilhão Central, ainda é necessária a construção de boxes, realização da pintura e demais obras de infraestrutura. Paisagismo e estacionamento fazem parte da urbanização da área do entorno do mercado que ainda está para ser feito.

Paço Municipal
Também chamado de Paço da Liberdade e sede da antiga Prefeitura de Manaus, a obra de reforma do Paço Municipal custa R$ 4,5 milhões aos cofres públicos.

Segundo a Seminf, a obra segue o andamento normal e está em fase de serviços de acabamento com assentamento de ladrilhos em três salas e recuperação de esquadrias de madeira, que é um trabalho mais demorado.

Outro serviço que está sendo realizado é o polimento do piso de madeira. Ainda de acordo com a Seminf, a obra está 90% concluída e tem previsão de conclusão para este segundo semestre de 2012.