Cresce procura por técnicas de defesa pessoal em Manaus

10/06/2012 12:55

Praticantes aprendem a dominar agressor em situação de risco e a desenvolver controle emocional

 

Por Marivaldo Silva /Folhaamazonica.com

 A luta não é classificada como arte marcial porque todos os instrumentos podem ser usados como forma de defesa

Manaus - Em busca de maior segurança em situações de perigo, taxistas, mulheres que moram em áreas de risco e profissionais da área de segurança patrimonial estão procurando mais academias de lutas.  Aprender técnicas de defesa pessoal pode ser uma forma de se livrar de pequenos furtos e até de tentativas de estupros, no caso das mulheres.

Numa academia especializada em ‘Krav Maga’, técnica israelense de defesa pessoal, o professor Mário Brasil Júnior mantém turmas com alunos de diversas profissões e faixa etária variada que  buscam formas de se defender em situações de perigo.

“O ensinamento do Krag Maga oferece um sistema de defesa objetiva e eficiente. Compõem a luta, formas de torções, o uso mínimo de força, além de oferecer um conhecimento das partes mais vulneráveis do corpo humano. Como o principal objetivo é a defesa, usa-se todas as formas de ataque possível”, explicou o instrutor Mário, chamado pelo alunos pelo termo “sensei”.

A luta não é classificada como arte marcial porque não há regras e todos os meios ou instrumentos podem ser usados como forma de defesa. “Digamos que eu tenha a minha disposição um lápis de olho ou uma caneta. Tudo que você possa utilizar é válido, inclusive chutes em pontos mais sensíveis do corpo humano”, frisou o instrutor.

Nas aulas, chama a atenção o treinamento físico que inclui flexões e corridas pelas ruas próximas à academia, no bairro Cachoeirinha. “É mais uma característica deste sistema de defesa, quanto melhor o condicionamento físico, mais eficiente será a aplicação da técnica”, observou.

Mário explicou que taxistas têm procurado o curso porque há técnicas de abordagensem veículos. O instrutor alerta sobre o uso do ‘Krav Magá’ em situação de riscos.

“É preciso ter muito controle emocional para que não se exponha mais ao perigo. Os alunos são instruídos a reagir somente em último caso, quando o bandido tomou tudo o que queria e, ainda assim, tentou ser agressivo com a vítima. Porém, há situações em que o último objetivo do bandido é agredir, neste caso deve-se manter a calma e tentar a imobilização”, frisou.

Moradora do bairro Cachoeirinha, a estudante Ane Grace Oliveira, 22, pratica ‘Krav Maga’ há oito meses. Ela conta que procurou a academia para praticar caratê, mas mudou de ideia ao acompanhar o treino da técnica israelense.

“O que mais de chamou a atenção foram as defesas simples. Com  uma torção num ponto de pressão, você pode de defender”. A praticante se dispôs a fazer uma demonstração com um membro da equipe do DIÁRIO, que após sofrer uma leve torção em uma parte do dedo polegar narrou ter sentido um forte ‘choque’ na área do antebraço. A ação foi seguida por um pedido de desculpa da praticante.

“Há defesas em que apenas o uso da técnica e as habilidades são suficientes para se livrar de agressões. Felizmente até agora não tive que usar as técnicas para me livrar sem situações de risco”, salientou Ane.

Já o trabalhador da área de segurança privada Rildo de Araújo, 36, teve que utilizar o método de defesa durante o expediente para se defender de um soco. “Uma pessoa tentou me agredir, mas eu consegui o imobilizar usando a própria força dele para isto”, explicou.

Araújo afirmou que desde que começou a treinar ‘Krav Maga’ mudou também seu comportamento. “Antes eu era um cara mais explosivo, hoje aprendi a me controlar”.