Amazonense ganha Campeonato Brasileiro de Caratê

09/07/2012 15:58

 Marivaldo Silva /Folhaamazonica.com

O carateca Lucivan de Araújo, 28, é a definição do que é ser um campeão. A palavra não se adequa somente por ele ter conquistado, neste final de semana, o Tridecacampeonato (13 vezes) do Brasileiro de Caratê por equipe na categoria sênior. Mais do que isso. Ele recebe o termo por sua persistência, fé e dedicação ao lutar (literalmente) por uma causa nobre: Apagar as marcas da madrugada do dia 23 de julho de 2011, quando levou quatro tiros ao sair da casa de show  Charriot, na Cidade Nova (zona Norte), e transformá-las em vitória. Em sua primeira luta depois de quase um ano de reabilitação, fisioterapia, fonoaudiologia e cadeira de rodas, o carateca retornou em grande estilo e mostra que sua conquista neste domingo foi apenas o começo de uma bela história.

“Muitas pessoas não esperavam que eu voltasse agora. O prognóstico dos médicos era que eu retornasse aos poucos e só daqui a dois anos. Mas, com muita honra e glória consegui quebrar o paradigma da medicina”, vibra Lucivan, que além de competir, foi à disputa como diretor técnico.

Bastante emocionado, o atleta explica que antes do incidente ele precisava enfrentar o adversário e o árbitro. Agora, a competição se tornava mais difícil, pois além de tudo isso, é preciso saber lidar com a insegurança, o medo e as dores. “Apesar disso, a ideia de desistir não passou um minuto sequer pela minha cabeça”, afirmou Lucivan, que ainda sente dificuldades para dar socos devido sua coordenação motora  estar comprometida.

Com um quadro em que ainda é necessário evoluir, Lucivan recorre a hemoterapia uma vez por semana, quando tira 5 ml de sangue e aplica no músculo da perna ou glúteo, para aumentar a imunidade. A fisioterapia e o uso do medicamento Etna, indicado para o restauro de lesões nervosas periféricas, também são seguidos a risca pelo atleta. “O próprio Qatar tem efeito em mim como fisioterapia, devido ele proporcionar equilíbrio, flexibilidade e resistência. O que ainda preciso trabalhar e é minha voz e a coordenação motora”, explicou o carateca.